UNIDOS PELO DIABETES EM AÇÃO 2021
Neste formato a captação desses pacientes é feita através dos agentes comunitários de saúde (ACS) e não por demanda aberta, portanto, foram convidados, marcados por grupos e em horários diferentes para atendimento nos dias 04 e 05 de NOVEMBRO de 2021, seguindo os protocolos de saúde da pandemia de COVID-19 (coronavírus), optou-se por realizar os atendimentos desta fase numa quadra de esportes e área verde de uma Escola Municipal de Itabuna, de fluxo controlado e com grandes áreas e espaços ventilados para melhor atender a população. Dos pacientes convidados compareceram 700 pacientes que participaram de uma tele-triagem feita por técnicos treinados, sendo realizada a RETINOGRAFIA DIGITAL com laudo a distância, e pela primeira vez, utilizando como suporte para a seleção dos pacientes alterados, um algoritmo de Inteligência Artificial, sob supervisão de um oftalmologista especialista em retina e vítreo. Com isto, os 700 pacientes realizaram na 1a Fase o exame do pé diabético e em seguida, o exame de retinografia digital, e as imagens foram enviadas para uma equipe médica de oftalmologistas especialistas de em Retina e Vítreo que emitiram laudos, com apoio da Inteligência Artificial, sinalizando quais os pacientes graves (portadores de Retinopatia Diabética Não Proliferativa Severa ou proliferativa e/ou pacientes com Edema Macular Diabético).
Cerca de 154 pacientes foram encaminhados para a 2ª FASE, no Hospital Beira Rio, no dia 20 de novembro, para avaliação presencial e realização de exames e avaliação multidisciplinar, com horário marcado e por grupos, mantendo o distanciamento e protocolos sanitários. Dos 154 que foram triados, 119 pacientes compareceram para a 2a fase e realizaram mapeamento de retina, exames especializados para avaliação com nefrologistas e avaliação cardiológica com Eletrocardiograma, destes, 50 pacientes realizaram Ecocardiograma, sendo 24 encaminhados e regulados para a Cintilografia Miocárdica e 04 pacientes com alteração grave para cateterismo cardíaco. Dos 119, 38 pacientes foram submetidos a tratamento gratuito com fotocoagulação a laser. Existindo a necessidade de outras sessões de fotocoagulação a laser da retina, os pacientes
foram agendados e saíram com o cartão de retorno com data e hora marcadas, já aprovados pela Regulação Médica do Município. Os 119 pacientes também realizaram exames laboratoriais: Glicemia, HbA1c, Creatinina, Colesterol Total, HDL, LDL e Microalbuminúria. Em torno 40 pacientes foram previamente triados com insuficiência vascular periférica mais grave, serão submetidos a avaliação como cirurgião vascular no dia 20/11 na Policlínica Municipal. Foram em torno de 150 voluntários participando das duas fases.
Além de todos os protocolos de distanciamento rigorosamente, o que realmente veio para ficar foi o uso da telemedicina, ou o telediagnóstico, principalmente para o rastreio da retinopatia diabética e outras doenças associadas, foi muito interessante, porque as vantagens foram enormes e nítidas, e com estes aparelhos portáteis e ainda algoritmos de inteligência artificial que vem por aí vai ajudar os médicos especialistas a chegarem mais longe. A dificuldade a acelerou soluções que servirão pós pandemia com certeza para democratizar o acesso, principalmente em lugares mais distantes ou esquecidos.
Através da ONG Unidos Pelo Diabetes, o modelo do Mutirão de Itabuna vem sendo replicado, inspirando campanhas em várias cidades, por meio de consultoria à distância, cursos presenciais para mutirões nos congressos médicos, e alguns casos, com treinamento presencial em loco na própria cidade. Os Mutirões do Diabetes inspirados no modelo de Itabuna, são em sua maioria, liderados por oftalmologistas, aconteceram em 17 cidades do Brasil em 2018 e evoluindo para 24 cidades em 2019, atingindo todas as regiões do Brasil. Em 2020, somente poucas cidades chegaram a fazer alguma ação, quando em Itabuna, foi desenvolvido este novo modelo adaptado norteando todas estas cidades em 2021. Neste ano passamos de 30 cidades do Brasil fazendo ações com as adaptações sanitárias, que foram inspiradas, treinadas ou de alguma forma influenciadas pelo modelo de Itabuna. Os mutirões e ações nestas cidades estão atingindo em poucas edições grande poder ação, ficando cada vez maiores, multidisciplinares e impactantes, e tendo como foco principal a prevenção, através de exames do fundo olho, pé e rim diabéticos, ações educativas, de mobilização e envolvimento da comunidade.