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Projeto Social – Reservas indígenas recebem atendimento médico

O oftalmologista Fernando Korn Malerbi, embarcou numa expedição realizada no Mato Grosso, nas reservas Volta Grande, São Marcos, Sangradouro e Meruri, para levar atendimento gratuito aos povos indígenas. “Fui convidado a integrar uma equipe de médicos que já realiza ações periódicas nessas localidades”, conta Malerbi.

O grupo é formado por médicos do Departamento de Medicina Social, da Faculdade de Medicina da USP (Ribeirão Preto), e do Departamento de Endocrinologia, da Escola Paulista de Medicina da Unifesp. A expedição contou com quatro especialistas nas seguintes áreas: oftalmologia, endocrinologia e medicina preventiva e social.

Em visita a aldeia indígena de Xavantes, o grupo de pesquisadores da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp) e da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP constatou por meio de exames da retina de 157 xavantes, realizados antes da pandemia do novo coronavírus, uma alta prevalência de diabete tipo 2 e de uma disfunção oftalmológica causada pela doença.

Segundo disse Fernando Korn Malerbi, pós-doutorando e professor afiliado do Departamento de Oftalmologia da EPM-Unifesp e primeiro autor do estudo, “dentre os 157 xavantes que examinamos, 95 tinham diagnóstico de diabete, o que representa 60,5%.”

Malerbi explica que as reservas Sangradouro, Meruri e São Marcos apresentam altos índices de diabetes mellitus. “Esta doença pode desencadear várias outras condições de saúde, como a retinopatia diabética. Caso não seja detectada e tratada adequadamente a tempo, essa alteração oftalmológica pode levar à cegueira”, esclarece.

Dos 95 pacientes diagnosticados com diabete não foi possível avaliar se 23 deles (24,2%) apresentavam retinopatia diabética devido à opacidade de tecidos transparentes dos olhos, causada por catarata. Nos 72 xavantes cujas imagens obtidas da retina permitiram o diagnóstico de retinopatia diabética, os pesquisadores constataram que 16 apresentavam a doença e sete deles tinham risco de cegueira.

Saúde nas reservas indígenas

O estado de saúde dessa população indígena, que é uma das maiores do país com, aproximadamente, 17 mil índios, distribuídos em nove reservas, piorou ao longo dos últimos anos, avaliam os autores do estudo.

Um estudo anterior com 932 índios da etnia indicou que 66,1% apresentavam síndrome metabólica, definida como uma condição na qual os fatores de risco para doenças cardiovasculares e diabetes mellitus ocorrem ao mesmo tempo.

Mudanças no perfil de saúde e na dieta deles nas últimas décadas, caracterizadas pelo consumo de alimentos industrializados e o sedentarismo, levaram a esse quadro, avaliaram os pesquisadores.

“Esse grupo indígena que tradicionalmente era caçador-coletor, tornou-se mais sedentário e modificou sua dieta tradicional nas últimas décadas, incorporando novos alimentos com alto teor de açúcar”, explica Malerbi.

Crédito: https://agencia.fapesp.br/ndios-xavantes-vivem-epidemia-de-diabetes-aponta-estudo/34372/

Agradecimento:

Dr. Fernando Korn Malerbi

 

Links da notícia:

https://agencia.fapesp.br/ndios-xavantes-vivem-epidemia-de-diabetes-aponta-estudo/34372/

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